Toda a gente se lembra do Carlos Fino e das suas reportagens em Moscovo, com uma ushanka na cabeça e aquele ar dramático de quem tomava parte activa nos acontecimentos (se é que não os protagonizava mesmo!).
Agora tem o cabelo todo branco (dá uns ares do Cunhal...) já é Doutor (como o Relvas, o Sócrates e o Avelino Ferreira Torres!) e já não diz: "Carlos Fino. RTP. Moscovo".
Mas diz outras coisas (ou alguém por ele) no seu Facebook:
A afirmação do Doutor Carlos Fino, jornalista profissional e Doutor em Comunicação, peca por alguma imprecisão. A saber:
- Não existem fontes históricas que nos permitam dizer que Jesus existiu, muito menos qual foi a causa da sua morte. O Jesus histórico é apenas uma hipótese (tal como o Maomé histórico, o Abraão histórico, etc.).- Os Evangelhos não são fontes históricas. Foram escritos, tanto os canónicos como os apócrifos, muito depois da vida de Jesus.- O Novo Testamentos tem sido alterado ao longo dos séculos, consoante as conveniências (400 mil alterações é obra!) - nomeadamente para suportar a velha acusação de deicídio contra os judeus.- O próprio Novo Testamento contém uma infinidade de contradições.
No que toca à morte de Jesus, temos, por exemplo:
João escreveu que os soldados romanos pregaram Jesus na cruz. ... mas Pedro (que talvez não enxergasse tão bem) disse que foram os judeus que pregaram Jesus na cruz e o mataram (Atos 2:23; 5:30).
- Jesus disse que os gentios seriam seus assassinos (Lucas 18:31) ... mas depois diz que seriam os próprios judeus que o matariam. (Lucas 20:13, 14). Graças a passagens anti-semitas, como esta que pipocam as dezenas no “novo testamento” os judeus foram ao longo da história massacrados pelo crime de deicídio, assassinos de D’us, já que Jesus foi considerado por um concílio católico um deus encarnado, contradizendo a Torá, já que Ele não tem forma.
- Jesus foi crucificado no lugar chamado Gólgota, que era uma... ... montanha árida. (Mateus 27:33, 60; Lucas 23:33, 53) ...ou no local havia um horto. (João 19:17, 41)
Muito mais contradições neste documento, de onde respigámos as contradições assinaladas nas linhas supra.
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Por causa da absurda e lamentável acusação que o Carlos Fino repete, milhões de judeus vêm sendo perseguidos, torturados e assassinados, desde há séculos.
Queimados vivos, abatidos a tiro, gaseados, os judeus têm expiado a culpa colectiva e hereditária de algo que não sabemos se alguma vez aconteceu: há 2 mil anos, uns quantos judeus terem condenado um judeu à morte por este se dizer Deus encarnado!
Para o Carlos Fino, não parece ter sido suficiente.
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