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Em Portugal, um dos países mais católicos da Europa, é todavia onde há origem judaica de muitas das gentes da população. Mas este conhecimento é limitado a uma minoria, ou seja, a maioria dos portugueses desconhece este facto, que por sinal foi revelado num estudo realizado nos Estados Unidos, pela University of Georgetown, EUA, tendo sido publicado pelo “The New York Times”. Estudo esse onde o Prof. Jonathan Ray confirma que uma parte considerável da população portuguesa descende de judeus sefarditas, estudo feito com base em investigações no DNA das populações da Península Ibérica, ficou assim registado que cerca de 30 por cento dos portugueses e espanhóis são de origem judaica, sendo cerca de 11 por cento os que apresentam origem árabe e berbere pelo DNA.
Essa disseminação da população judaica na Península deveu-se a três factores:
1º no Império Romano, onde a Diáspora força a fuga para terras distantes de Judeus expulsos de Israel após a destruição do Templo de Jerusalém.
2º Na conquista árabe no séc. XII os judeus mantiveram a sua liberdade e se desenvolveram e progrediram em igualdade aos muçulmanos numa primeira fase, depois foram perseguidos e se espalharam pela península, e arabizaram os seus nomes.
3º A conversão forçada de centenas de milhares de judeus nos séc. XIV e XV, adoptando nomes e sobrenomes portugueses, bem como impondo os costumes alimentares (daí vem a alheira e a farinheira – enchidos para fingir o consumo de carne suína), eram no entanto identificados e chamados de Cristãos Novos, termo com cariz pejorativo e claramente marginalizador, muitos foram destituídos dos seus bens, e famílias foram separadas, levadas para diversas possessões coloniais portuguesas.Contrariamente aos restantes países do mundo, Portugal, paradoxalmente com a sua cultura marcadamente católica, tem nas suas origens o sangue judeu.
Já mesmo antes da conquista Romana, a península Ibérica era na Bíblia chamada de “Társis”, onde por sinal havia já uma colónia Judaica considerável. Em Lisboa na Altura do Reino do Al-Andaluz, a população Judaica era superior em número à população muçulmana e Cristã (na altura denominada de moçárabe).
Sinagoga de Tomar
Os judeus à altura adoptavam nomes hebraicos, mas com o aumento da pressão islâmica na península passaram a usar nomes árabes, e até grandes Rabis escreveram obras literárias em árabe, como por exemplo o Sepher HaZohar, foi inicialmente escrito em árabe por Maimonides.A tradição popular portuguesa indica que as famílias com apelidos associados a árvores, flores ou vegetais são, supostamente, de origem judaica, embora na realidade com a conversão forçada dos judeus (Bnei Anussim significa Filhos dos Forçados) passaram a adoptar sobrenomes tipicamente portugueses para não sofrerem preconceitos.
Hoje não é frequente um português assumir as suas origens judaicas, como fez por exemplo o antigo presidente da Câmara de Lisboa, Cruz Abecassis, o Antigo Presidente da República Jorge Sampaio, ou mais anteriormente, o capitão Barros Basto e os escritores Fernando Pessoa e Camilo Castelo Branco, entre outros. No entanto a população desconhece as bases do judaísmo ou da história hebraica de Portugal.
Fonte: The New York Times - DNA study shows 20 percent of Iberian population has Jewish ancestry
Gostei bastante! Embora tenha conhecimento da origem de vários povos na península Ibérica, desconhecia a percentagem elevada da ascendência judaica, especialmente no âmbito masculino! Obrigada.
ResponderEliminarAte o nosso temperamento tem muito de judaico, segundo os especialistas nessas coisas.
EliminarAbraço,
J. Oliveira