domingo, 17 de fevereiro de 2019

"Bebé Perfeito Ariano" era judeu (de nariz fofíssimo!)



No post O Homem Mais Interessante do Mundo é judeu escrevemos:
Uma das "acusações" mais frequentes feitas aos judeus é a de que eles são feios. O que, na óptica dos anti-semitas, justifica o seu extermínio.
Ainda recentemente, o presidente da Malásia (um paraíso islâmico onde vigora a lei sharia), o Presidente Mahathir Mohamad, proibiu os atletas israelitas de entrarem no país para os Mundiais de Natação, baseado principalmente em duas pertinentes asserções, a saber:

1) "Apenas morreram 4 milhões de judeus no Holocausto".
2) "Os judeus têm o nariz encurvado".

Há escassos 70 anos a Europa exterminou mais de 6 milhões de judeus (alguns estudos apontam para muito mais, mas um já seria demais, judeu ou não-judeu).
E tudo está a regressar rapidamente, desta vez com uma ferramenta de propaganda com que Hitler não sonhava: a Internet.
Há escassos 70 anos, os meninos europeus aprendiam na escola belas lições como esta:


A ilustração acima é do livro O Cogumelo Venenoso, uma obra nazi que foi livro escolar na Alemanha. Passamos a transcrever um trecho:

Como identificar um judeu
O nariz judeu é encurvado. Parece o número seis. A turma de meninos do sétimo ano está a estudar a questão de como reconhecer um judeu.
O professor Birkmann fez vários desenhos no quadro para ajudar a turma. O menino Karl está diante do quadro com um ponteiro e explica os desenhos.
Pode-se descobrir quem é judeu pelo nariz. O nariz judeu é encurvado na ponta. Parece o número 6. Por isso é que chamamos "6" aos judeus.
Muitos não-judeus também têm narizes encurvados. Mas neles o nariz curva para cima, não para baixo. Esses narizes não têm nada a ver com o nariz judeu.
Encorajado pelo professor, Karl aponta que os lábios são outra característica distintiva; eles são geralmente grossos. As sobrancelhas são geralmente mais grossas e mais carnudas do que as nossas.
Pelos olhos pode-se ver que o judeu é uma pessoa falsa e enganadora.
O melhor aluno da turma, Fritz Müller, então, vem para a frente da classe e continua. Fritz aponta que os judeus são geralmente de tamanho médio e têm pernas curtas. Os seus braços também são geralmente curtos. Muitos judeus têm pernas curvas e pés chatos.
Eles geralmente têm uma testa baixa e inclinada. Nós chamamos a isso testa retraída. Muitos criminosos têm essa testa. Os judeus também são criminosos. O seu cabelo é quase sempre escuro e muitas vezes encaracolado, como o cabelo dos negros. As suas orelhas são muito grandes e parecem a asa de uma xícara de café.
Dois outros meninos acrescentam a sua contribuição. Um lida com variações, como os judeus loiros, e o outro com as peculiaridades dos movimentos e da fala judaica.
O judeu fala quase sempre pelo nariz. Ele geralmente tem um cheiro repugnante e adocicado. Um nariz delicado pode sempre cheirar um judeu.
Com essas respostas, o professor fica satisfeito. Ele vira-se para o quadro. Os seguintes versos são escritos e são recitados pelas crianças:

Do rosto de um judeu
O diabo mau fala connosco,
O Diabo que, em todo país,
É conhecido como praga do mal.
Deveríamos ser libertados do judeu,
E sermos novamente alegres e felizes?
Então os jovens devem lutar connosco 
Para nos livrarmos do diabo judaico

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É difícil  comentar algo tão repugnante. Qualquer pessoa de bem terá vómitos ao ler isto, e sobretudo ao pensar no extermínio brutal de inocentes, que esta propaganda demoníaca causou.
 E quando dizemos demoníaca, queremos dizer demoníaca:


 O que os une é a repulsa por Deus






 Crianças judias no campo de extermínio de Auschwitz


Este caso ilustra eloquentemente o absurdo, o demoníaco e a falsa Ciência do Nazismo:

A criança do cartaz nazi 'O Perfeito Ariano' era judia
A foto da bebé Hessy Taft foi escolhida pelo Partido Nazi como a criança ariana ideal, mas a máquina de propaganda de Joseph Goebbels nunca descobriu que ela era de facto judia.
, Telegraph

Hessy Taft ofereceu ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Israel, uma revista nazi apresentando a sua foto de bebé na capa, e contou a história de como ela se tornou a bebé-propaganda improvável para o Terceiro Reich.
Quando Hessy Taft tinha seis meses de idade, foi a bebé-propaganda dos nazis. A sua fotografia foi escolhida como a imagem do bebé ariano ideal e distribuída em propaganda partidária. Mas o que os nazis não sabiam era que o bebé perfeito deles era realmente judeu.


"Eu hoje posso rir disso", disse Taft, de 80 anos, ao jornal alemão Bild. "Mas se os nazis tivessem sabido quem eu realmente era, eu não estaria viva." 
Os seus pais, Jacob e Pauline Levinsons, ambos talentosos cantores, mudaram-se da Letónia para a Berlim, para seguirem carreira na música clássica, em 1928, apenas para se verem envolvidos na ascensão dos nazis ao poder. 
O seu pai perdeu o emprego numa companhia de ópera porque era judeu, e teve de ir trabalhar como vendedor de porta em porta.


Em 1935, com a cidade varrida por ataques anti-semitas, Pauline Levinsons levou a sua filha de seis meses, Hessy, a um conhecido fotógrafo de Berlim, para tirar a sua foto de bebé.

Alguns meses depois, ela ficou horrorizada ao encontrar a foto da sua filha na capa da Sonne ins Hause, uma importante revista para as famílias nazis.

Aterrorizada, com receio de que a família pudesse ser exposta como sendo judeus, ela correu para o fotógrafo, Hans Ballin. Ele disse-lhe que sabia que a família era judia e que enviou deliberadamente a fotografia para um concurso para encontrar o bebé ariano mais bonito.
"Eu queria ridicularizar os nazis", disse o fotógrafo.

Ele teve sucesso: a foto venceu a disputa e acredita-se que tenha sido escolhida pessoalmente pelo ministro da propaganda nazi, Joseph Goebbels.
 
Receosos de que a filha fosse reconhecida nas ruas, e de perguntas sobre a sua identidade, os pais do Professora Taft mantinham-na em casa. 
A sua fotografia apareceu em postais nazis amplamente divulgados, onde ela foi reconhecida por uma tia na distante Memel, agora parte da Lituânia. Mas os nazis nunca descobriram a verdadeira identidade do Professora Taft.

Em 1938, o seu pai foi preso pela Gestapo por causa de uma questão inventada sobre impostos, mas libertado, quando o seu contabilista, um membro do Partido Nazi, veio em sua defesa.

Depois disso, a família fugiu da Alemanha. Mudaram-se primeiro para a Letónia, antes de se estabelecerem em Paris, apenas para verem a cidade cair em poder dos nazis.

Com a ajuda da Resistência Francesa, fugiram novamente, desta vez para Cuba, e em 1949 a família mudou-se para os Estados Unidos.

Hoje, a mulher judia que já foi criança-propaganda nazi é professora de Química em Nova Iorque.

"Eu sinto-me um pouco vingada"
, disse ela ao oferecer a sua fotografia ao Yad Vashem. "Sinto algo como satisfação".

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A mesma história no site do Yad Vashem.

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